O último filme de Quentin Tarantino estreia hoje - 11 de Abril - na China, mas com cortes nas cenas mais violentas e mais sangrentas. O sangue, por exemplo (que quem conhece Tarantino, sabe o quão é usado nos seus filmes), terá a sua cor modificada para um tom mais escuro.
Todos os pequenos "ajustes" ao filme, foram combinados com o realizador e, será o próprio a fazê-los, tratando-se de alterações que não afetarão a história, a trama do filme. Será exibido na integra, sem cortes, apenas com essas pequenas alterações na imagem. Este é primeiro filme de Tarantino a ser exibido no mercado chinês (Kill Bill, por exemplo, foi vetado pelo governo comunista na altura do seu lançamento).
Django Unchained (na versão portuguesa, Django libertado) é a história de um escravo negro que é vendido a um caçador de recompensas alemão, para o ajudar na captura de uns assassinos. O alemão, Schultz, com uma mentalidade muito diferente da da época (sul dos Estados Unidos, dois anos antes da Guerra Civil, com a escravatura e o racismo bastante presentes) liberta Django e os dois irão perseguir os assassinos procurados, em troca das recompensas e com um objetivo muito pessoal para Django: encontrar e resgatar a sua mulher, também ela feita escrava.
Neste, Tarantino volta a surpreender. Acho que o consegue em cada filme, suplantando-se a si próprio. Gosto particularmente do sarcasmo que coloca nos seus filmes, dos diálogos fabulosos que consegue colocar na trama, do estilo que dá às suas personagens. E, claro a banalização da violência extrema e o uso e abuso do sangue, que já são características que marcam Quentin Tarantino enquanto realizador.
Eu, pessoalmente, gosto muito e, não perco um filme seu. Apesar de polémico, por toda a violência que coloca nos seus filmes, é um realizador com características únicas, com uma visão diferente e, à sua maneira, realiza sempre filmes muito bons, com excelentes atores. Filmes vencedores de vários prémios cinematográficos, inclusive do mais cobiçado de todos, os óscares. Em Django Libertado recebeu o óscar para melhor argumento adaptado e para melhor ator secundário (Christoph Waltz).
Termino esta incursão sobre Django Libertado e Quentin Tarantino, precisamente com as palavras de parte do discurso deste (dirigindo-se a Tarantino) no seu agradecimento pelo óscar:
"And you scale the mountain because
you're not afraid of it. You slay the dragon because you're not afraid of it
and you cross through fire because it's worth it."
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