Tenho uma amiga que é fã de Luísa Sobral. Como não fui ver o seu concerto - ontem à noite no Teatro das Figuras em Faro - combinámos que só hoje iria escrever sobre o mesmo. Só depois de saber a sua valiosa opinião sobre o espetáculo.
Encontrámo-nos hoje. Um café e, claro, o concerto de ontem à noite. A sua opinião, coincidia com o que eu já suspeitava:" muito bom, adorei, espetacular!". Já gostava da sua música, mas agora ficou a gostar muito mais das suas canções, da sua simpatia, simplicidade, harmonia e talento imenso.
A sua voz angelical, a puxar mais para o jazz, a sua belíssima música, bastante inspiradora para quem a ouve e, faz querer ouvir sempre um pouco mais. Disse que fala muito, gosta de explicar as suas musicas, os momentos em que as escreveu, as histórias por detrás das canções. Nesta parte parece-se um pouco com a minha amiga. Adoro ouvi-la falar e, acho que podíamos estar juntas horas, que ela tinha sempre assunto e, seria sempre interessante, motivador. Podia ficar, ali, a ouvi-la sem parar.
Luísa Sobral participou aos dezasseis anos no programa Ídolos, em que ficou com o terceiro lugar. Viajou depois para os Estados Unidos e editou o seu primeiro CD "The cherry on my cake". Com este teve um imenso sucesso. Viajou pelo mundo, sendo bastante elogiada, foi ao consagrado programa da BBC Later ... With Jools Holland. Ganhou também notoriedade em Portugal e lançou recentemente o seu segundo trabalho de originais. Segundo a cantora "There’s a Flower in My Bedroom" é mais melancólico porque gosta de encontrar beleza na solidão e na tristeza." Este tem também a colaboração de vários artistas, que Luísa Sobral admite ser admiradora: Mário Laginha, Jamie Cullum, António Zambujo.
Escreveu, por exemplo, uma canção na altura da morte do seu avô e perante a angustia da sua avó, ao ver-se sozinha, sem a companhia de uma vida. Fez uma musica triste, mas decidiu que teria que a cantar num tom alegre. Este foi um trecho de uma das muitas histórias com que encantou a plateia do Teatro de Faro, ontem à noite.
Deixou para o fim do espetáculo a sua "pérola": Xico. Foi um terminar em beleza. Em seguida, quem quisesse podia comprar o seu cd, pedir autógrafos, tirar fotos e falar um pouco com a artista. É muito bom sentirmos essa proximidade e ficamos com um gostinho diferente, muito melhor, da experiência.
Quanto a mim, fiquei com pena de não ter ido. Fiquei, com um sorriso nos lábios, a ouvir a minha amiga. Um sorriso de que, também eu, queria ter ouvido aquelas histórias cantadas, também eu queria ter tido o privilégio de conhecer e falar com Luísa Sobral e partilhado a opinião de muitos: temos mais um grande talento em Portugal.
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